as almas, os pássaros

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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

os espinhos das rosas é que nos mantêm despertos
saudade de adormecer, mas
os espinhos das rosas
os espinhos
da rosa
o sangue da carne
vermelho
como as rosas
a minha rosa
os espinhos
acordam-me

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Peço o silêncio,
silêncio da noite,
dos dias,
silêncio como
palavras,
coreografias,
escondidas, suaves,
caminhos
respirados, apagados,
lábios pousados nos ninhos
rasgados
das aves
feridas.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Sou mãe de quatro
rios

o primeiro é subterrâneo e não tem pai
o segundo larguei-o no mar
o terceiro morreu no deserto
o quarto sobe para o céu

como cascata invertida
e não tem Pai
nem Mãe

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

entre a Terra e a Lua
uma pedra canta 
aos surdos




domingo, 16 de outubro de 2011

Ordo ab chaos

Both read the Bible day and night, but 
thou read black where I read white.
William Blake












o caos é nosso filho

porque a ordem das coisas
vive na ponta de frágeis paus
mentiras insalubres e loisas
dancemos ordo ab chaos

terça-feira, 28 de junho de 2011

Que arco terá então lançado a seta
Que eu sou? Que cume pode ser a meta?

Jorge Luis Borges, in A Rosa Profunda


 

a tua alma apontada
na direção de um céu alvo
maior como seta

eu a vibrar por ser arco
retesado nos teus braços
e lançá-la certeira
no coração dos pardos

domingo, 22 de agosto de 2010

Âncora de carne
viva,
tensão-sangue.

E o mar
a crescer,
negro.

Um olhar
como sal
alheio, infante,
ferrado na pele da alma-
-amante,
mais do que vitral
não fere

desidrata remoto,
mural






sexta-feira, 16 de julho de 2010

O coração é
o tempo finito dos rios
vermelhos

Silencioso ruído
compasso em punho
fechado

Densidade permeável
em músculo-carne
apertado

Bebe da luz até à última
gota e pára
alucinado

sábado, 28 de fevereiro de 2009


Um mar assim
de beber, vida
após vida
sem princípio nem fim
quando me quebra em maremoto
oxigena as células
da alma, fogo ignoto
quero lá saber a dor
se o espelho do céu
bojador
és tu

domingo, 20 de setembro de 1992

Se fosses uma ave, eras coruja, eu, um albatroz.
Se fosses um mamífero, eras um urso pardo, eu, uma orca.
Se fosses uma pedra, eras sílex, eu, berilo.
Se fosses uma cidade, eras Séforis, eu, Atenas.
Se fosses um elementar, eras furacão, eu, nascente.
Se fosses um instrumento, eras uma maça, eu, uma ânfora.
Se fosses um sentimento, eras fúria, eu, serenidade.
Se fosses uma árvore, eras um carvalho, eu, um teixo.
Se fosses um mistério, eras mirra, eu, canela.
Se fosses um aroma, eras bergamota, eu, sândalo.
Se fosses um metal, eras titânio, eu, magnésio.
Se fosses uma paisagem, eras Mauna Loa, eu, o Atlântico.
Se fosses um pensamento, eras precipício, eu, vôo.
Se fosses dois, eras tu, eu, o outro.
Se fosses uma casa, eras uma torre de menagem, eu, uma ruína.
Se fosses um impulso, eras traição, eu, ternura.
Se fosses um filósofo, eras Sartre, eu, Platão.
Se fosses um amante, eras cruel, eu, doce.
Se fosses humano, eras homem, eu, mulher.

Então diz-me? O que poderia ligar-nos? Perguntou o Hidrogénio ao Oxigénio.

Respondeu a Estrela: perguntem ao Mar.

quarta-feira, 22 de agosto de 1990

Tombam as saudades
no vento que vem...

Trapos de luz em azul recortados,
Tenho os meus olhos cansados
de não ver o mar.



domingo, 20 de setembro de 1987

Aquela ave estava rubra de (a)mar.
As suas asas batiam contra um rio de pedra, o corpo tremia, os olhos fechados.
Havia uma luz matinal, clara, por entre a chuva,
havia um canto no ar, doce ou azul, ou amargo.
Do vôo dos navios, sobrara um sulco profundo na pedra.
Nem vento, nem mastro, nem vela, apenas fundo.
Aquela ave, esta manhã, ardeu contra a pedra sulcada.
Dela, apenas sobraram cinzas ou a luz de um canto azul, ou doce, ou amargo,
como gritos ou rios de março,
pelo chão.

sábado, 22 de agosto de 1987

Esta é a proa viva do meu barco,
abrindo o corpo azul a este mar.
Estas, são as velas duras do meu barco,
cheias do rosto branco deste vento.
O barco desperta as águas
(e já nem choram pedras: choveram, até arder).
Agora, até as aves soltaram as asas,
como mãos, de encontro ao mastro alto.
Este é o meu barco, branco,
que acendeu o vento norte.
Agora,
até a delicada agulha da bússola estremeceu
e um novo rumo se inscreveu,
na luz matinal do meu corpo,
largando amarras do teu.






quarta-feira, 1 de outubro de 1986


Escuto o corpo do rio
a respirar, nas minhas veias.
Como é azul, este corpo meu,
tão de água!
E a maré enche,
até quando?
Não suporto esse olhar, a arder
da chuva,
quando o teu peito
pulsa, poro a
poro, na minha pele,
nem este silêncio de cada lágrima
tua,
quando morro assim,
devagarinho,
o rosto contra esta espada,
mesmo assim:
deixa a maré vazar, algures,
na eternidade,
eu volto.

folhas soltas

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